Um homem ora. É cedo pela manhã. Ele está sozinho. O quarto está trancado. Enquanto o homem ora, Deus o observa. O homem está de olhos fechados, compenetrado. Às vezes ele chora. Às vezes está feliz. Às vezes canta. E enquanto o homem se derrama, Deus o observa. Enquanto o observa, Deus tece um grande manto. Quando o homem termina a oração, Deus termina o manto. E antes de se levantar, Deus coloca o manto sobre as costas do homem. O homem sai para começar seu dia. Durante o dia, o homem mantém seus pensamentos em Deus. Deus continua observando-o, mas agora o Diabo também o observa e tenta atingi-lo de diversas maneiras. Mas o manto o protege. Por um tempo. As investidas do Diabo são muitas, são ardilosas. E a cada investida, um furo se faz no manto. Já é meio-dia, o homem já está cansado, mas no almoço aproveita para falar novamente com Deus. O manto está lá, meio desgastado, mas segue protegendo-o. O dia continua, o homem continua, o Diabo continua, mas Deus nunca para. Ao final do dia, depois de todos os ataques, restam trapos do manto. O homem se ajoelha mais uma vez, para agradecer pelo dia, antes de se deitar. Durante a noite, Deus estará observando. E protegendo. No dia seguinte, lá estará o homem, novamente. Também lá estará Deus, preparando um novo manto.
